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Adolescentes felizes

CONSTELAÇÕES FAMILIARES: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Constelações Familiares - Os 5 Círculos do Amor - Parte II

2° CÍRCULO DO AMOR: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

À medida que aceitamos e assumimos a humanidade dos nossos pais, nós nos aliviamos de pesos muitas vezes inconscientes. Temos muitas questões com nossos pais das quais fugimos, não encaramos, com medo da dor. Aceitando o amor possível de nossos pais nos libertamos dessas questões, mesmo daquelas questões que decidimos não enfrentar.

Chegamos então ao segundo círculo do amor, aquele em que nos encontramos criança e jovem, ainda profundamente ligado aos nossos pais, mas ensaiando a nossa vida, a nossa individualidade, nos encontrando e nos construindo.


Nesse círculo há duas questões a serem trabalhadas: nossa vivência do ser criança e nosso começo de vida autônoma, especialmente o começo da nossa vida de trabalho.

O resultado do que recebemos de nossos pais é refletido nas nossas atitudes desde criança. Quando recebemos muito amor, afeto, cuidado e atenção, vamos crescendo com uma pressão psíquica que parece nos forçar a retribuir na mesma medida tudo o que nos foi ofertado. Daí, nasce a questão de que nunca conseguiremos retribuir tudo o que recebemos de nossos pais. Isso gera ansiedade e culpa.


Pensar em nossa criança é uma das situações mais dolorosas, um movimento que, por mais alegre que pereça, envolve entender que recebemos tanto e retribuímos tão pouco. Esse peso, por incrível que possa parecer, é maior nas pessoas que tiveram infância muito feliz, com boa condição de saúde, financeira e escolar. Crianças que tiveram tudo na sua infância, tendem a ter uma sensação maior de que foram “injustos” com seus pais, que não fizeram nada por eles.


É preciso entender que amar um pai é diferente de amar um filho. Amar um filho é um sentimento de doação sincero e incondicional. Nenhum pai encara o filho com um investimento, como se ele fosse uma poupança. Esse pensamento é cruel e vazio de amor. Ama-se um filho sem esperar que ele, em algum momento da vida, devolva o investimento de tempo e dinheiro. É uma doação. A criança, portanto, não deve carregar culpa por não ter sido um filho “tão bom” quanto poderia ser. Senão vamos sofrer por não ter tido pais ideais, os pais também devem saber que não há filhos ideais.


Meu eu criança deve reconhecer todo o esforço, desgaste e até sofrimento que envolveu minha criação. Quanto trabalho foi necessário, quantas oportunidades abandonadas, quantas escolhas em função de mim os meus pais fizeram.


Crescemos nesses movimentos de profundo envolvimento familiar, e isso nos conduz quando começamos nossas atividades profissionais, que são a marca do nosso início de vida autônoma, um marco da nossa individualidade. Mas cheio de referências do primeiro círculo – nossos pais.

Hellinger fala que quando servimos alguém, quando cuidamos de alguém estamos nos conectando com a herança de nossa mãe. E o valor que damos ao trabalho, ao sustento e às nossas bases de responsabilidade nos conecta com nosso pai. É claro que Hellinger está considerando o padrão tradicional de família, mas saiba que pai e mãe são termos que podem, na nossa vida serem ocupados por muitas pessoas que assumem esse papel na nossa existência.


A reprodução de nossa família no ambiente de trabalho faz com que a gente reviva algumas questões que ainda não estão resolvidas em nós. A rebeldia em casa, às vezes é repetida no ambiente de trabalho, mas no ambiente de trabalho, por vezes, nos sujeitamos a autoridade do chefe de forma mais pacífica que nos sujeitávamos a autoridade do nosso pai. Isso faz com que algumas pessoas resolvam o problema com autoridade e passem a agir diferente em casa também.


Ame e entenda a criança que você foi. Encha-se de gratidão e reciprocidade, livre de qualquer culpa e ansiedade. Devolva ao mundo o amor que você recebeu dos seus pais ou multiplique o amor que talvez você quisesse ter recebido. Trabalhe servindo às pessoas em honra à sua mãe e solidifique os seus valores em honra ao seu pai.

Findando o segundo círculo, ressignificamos com o amor grande parte da nossa história.

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